A Secção de Fotografia AAC convidou os ex-Presidentes das Direcções Gerais, que nos últimos 10 anos assumiram os destinos da AAC, para partilharem através do seu testemunho a experiência que viveram com a Secção de Fotografia.
As palavras de Eduardo Melo, Presidente da Direcção de Geral AAC em 2011.
“A Associação Académica de Coimbra, ao longo da sua história, conheceu várias versões de si mesma e diversas histórias dentro desse trajecto comum. Esse facto, ainda que óbvio e notório, talvez até cliché (afinal, todas as organizações são colecções de histórias), não inebria a beleza desta de que vos falo. E porque é de beleza que quero escrever, não há forma melhor de transmitir o belo do que a expressão cultural nas suas mais diversas formas.
Não é por acaso que a origem da Associação Académica de Coimbra começa com a reclamação ao direito de fazer cultura, como uma vontade indomável de transmitir coisas. Essa iniciativa mantém-se até aos dias de hoje, seja de forma totalmente espontânea e sem estruturação, seja através da organização das Secções Culturais que fazem parte da Académica. Mas, na cultura, mais do que em qualquer outro domínio da actividade humana, só é possível criar inovando e explorando formas imaginativas de concretizar aquilo que o indivíduo concebe. Por isso, a renovação constante das vias de experimentação artística é um pilar essencial numa riqueza que se constrói a cada momento e que orgulha a cada um que sente este espaço como seu.
A relevância da Secção de Fotografia assenta nesse rasgo de arrojo: na vontade de trazer para a Académica uma forma diferente, literalmente, de olhar o mundo. Essa história, que se soma a outras, contribui de forma indelével para este projecto que sempre sonhámos, para lá da utopia. Todavia, aquilo que salientaria como marcas distintivas destes 10 anos da Secção de Fotografia são a qualidade, a exigência e a ambição. Em 2011, tive oportunidade de testemunhar de perto a forma como os seccionistas se envolvem num trabalho constante de superação; como não se resignam às condições que lhes são entregues para desenvolver as suas actividades e como procuram constantemente fazer melhor; como são exigentes, para consigo e para com os outros, para atingir um trabalho de excelência. Com esse exemplo, de disponibilidade absoluta para todos os que partilham a paixão pela Académica, sem, no entanto, se limitarem a ela, transcendem as paredes do edifício da Padre António Vieira e ajudam a trazer ao de cima o melhor de cada um de nós. Com essas qualidades, tornam-se estandarte, por excelência, da cultura coimbrã, fazendo-a de novo. Só podemos olhar com expectativa a próxima década.”